Cartaz utilizado para a estreia comercial em Portugal.

Peitoral "Serpentes" de René Lalique, desenhado para o cartaz. Mais informações.

Maquetes realizadas para a criação do cartaz. Fonte: Livro "José Brandão" (Colecção Designers Portugueses / nº 5 / 2016).

Capa do livro Crónica dos Bons Malandros utilizando um fotograma do filme e o lettering do cartaz. Bertrand Editora (1984).

Lettering utilizado nos créditos iniciais e finais do filme. Ilustração e animação: Mário Neves.

Capa da edição em DVD.

Crónica dos Bons Malandros

Vivendo de pequenos delitos e roubos, uma quadrilha de simpáticos malandros lisboetas é, um dia, contactada por misterioso italiano (da Máfia, supõe-se) para roubar parte da Colecção de jóias Lalique, no Museu da Fundação Calouste Gulbenkian.

Mas quando o assalto dá para o torto, o caos instalasse e as ruas de Lisboa transformam-se num campo de batalha, com uma perseguição a alta velocidade da qual nem todos escaparão ilesos…

realizador

Fernando Lopes

designer

José Brandão

assinado

sim

como assina

“design JOSÉ BRANDÃO”

“fotografia HOMEM CARDOSO”

data

[sem data]

impressor

Novotipo

dimensões

47 cm x 68,5 cm

fonte

Arquivo pessoal de José Brandão.

n.º de entrada

008

sobre o cartaz

O cartaz evidencia-se pelas suas cores vibrantes (azul, vermelho e amarelo), rigorosa organização dos elementos visuais e textuais e ligação intrínseca ao filme. Ao nível da imagética, um alfinete de peito de nove serpentes (que aparece no filme), uma das peças mais icónicas da coleção, foi escolhido para integrar o cartaz, sob forma de ilustração, ocupando uma posição central, em torno da qual se dispõem os círculos contendo fotografias individuais dos atores do elenco, da autoria de António Homem-Cardoso. É evidente o paralelismo entre serpentes e personagens, sugerindo que a quadrilha é um ninho de cobras.

O grande círculo vermelho no qual se inscreve o título do filme é extraído do restaurante japonês onde o gangue se encontra para os seus convívios. Inevitavelmente, a organização destes círculos poderá́, também, sugerir o cilindro de um revólver onde se alojam as balas. Ao nível da tipografia, o título ‘Bons Malandros’ remete-nos para um arranjo tipográfico semelhante à capa do livro de Mario Puzzo, O Padrinho (a saga de uma família de mafiosos sicilianos a viverem nos EUA), publicado em 1969 e adaptado ao cinema numa trilogia realizada por Francis Ford Coppola (1972, 1974 e 1990). A fonte tipográfica secundária, utilizada em “Crónica dos”, nos nomes dos atores, e no bloco de créditos é a Windsor, muito popular nos cartazes e créditos de cinema e TV ao longo das décadas de 70 e 80.

O lettering do título foi utilizado numa nova edição do livro aquando da estreia do filme, e também nos créditos finais do filme. Mário Neves criou uma sequência dinâmica, com fotografias e ilustrações de todas as personagens, e um jogo de grelhas coloridas que se sobrepõem às mesmas, sugerindo a sua captura e aprisionamento.

créditos finais