Cartaz utilizado para a estreia do filme no Festival de Cinema de Berlim (Em Competição).
Imagens de referência para o cartaz: o nome de Glória riscado numa parede da aldeia e o momento em que a rapariga abre a boca para a mão de um dos homens.
Glória (1999)
Ivan vai viver com o pai, Vicente, chefe da estação dos caminhos-de-ferro, numa povoação perdida no interior de Portugal. As pessoas andam ocupadas com as suas tarefas, cada uma enredada na sua vida. Glória vive com a sua ama e parece estar a afastar-se de tudo e todos.
Afastado de todos está o refúgio secreto, único local seguro no planeta. Ivan é feliz por partilhar o segredo de Glória, um pequeno paraíso escondido no rio, debaixo da água que separa os mundos. Apetece ficar aqui.
realizadora
Manuela Viegas
designer
Julião Sarmento
assinado
não
data
[sem data]
impressor
[sem impressor]
tiragem
[sem tiragem]
dimensões
70 cm X 100 cm
fonte
n.º de entrada
016
sobre o cartaz
Embora não se saiba se o arranjo gráfico do cartaz foi também realizado por Julião Sarmento, a imagética é da autoria do artista plástico português.
A observação do filme revelou que o nome da protagonista, riscado a vermelho no topo do cartaz, advém de uma cena logo nos minutos iniciais, aquando da chegada de Ivan (Francisco Relvas) à aldeia, em que o rapaz vê o nome de Glória riscado na parede exterior de uma das casas.
Numa outra cena, Glória (Raquel Marques), que caminhava sozinha no regresso para casa, apanha boleia na carrinha onde seguem Ivan, o pai Vicente (Jean-Christophe Bouvet) e outras pessoas que regressavam da feira popular, onde todos tinham estado juntos – Ivan e Glória tinham andando nos carrósseis. Num gesto algo enigmático, a rapariga dá ideia de querer morder ou lamber a mão de um dos homens.
Relativamente ao terceiro apontamento ilustrativo, onde se veem duas mãos com os dedos aparentemente ligados ou entrelaçados por uma mola, linha ou elástico, não se encontrou no filme nenhuma cena ou momento que fizessem uma alusão directa ao mesmo, mas poder-se-á supor que simboliza o pacto de amizade entre Ivan e Glória que atravessa todo o filme.
O fundo do cartaz apresenta manchas de sujidade e texturas que lhe conferem uma plasticidade e materialidade inerentes a muitos dos desenhos e estudos do artista. O bloco de créditos, em Helvetica, apresenta-se justificado na base do cartaz, numa composição algo austera e minimalista, particularmente evidente na menção à selecção para o Festival de Berlim.