Ganhar a Vida (2001)
Cidália tem 36 anos, é portuguesa, e vive com a família, marido, irmã e dois filhos, num bairro dos arredores de Paris. A sua vida resume-se a trabalhar muito, para juntar dinheiro, numa comunidade fechada sobre si própria e que não gosta de dar nas vistas.
Mas uma noite o seu filho mais velho é morto pela polícia, e a sua vida irá mudar para sempre. Porque não quer aceitar as explicações oficiais, a passividade e a vergonha da sua comunidade, e o sem sentido que descobre na sua vida.
Esta é a história de uma personagem que a vida fará maior que a vida, ao descobrir na tragédia que a trespassa, e na morte que se instala na sua própria família, que o que tem a ganhar é precisamente uma nova vida.
realizador
João Canijo
designer
AddressDesign
assinado
sim
como assina
“ADDRESS”
data
[sem data]
fonte
DVD do filme.
actriz no cartaz
Rita Blanco
n.º de entrada
009
sobre o cartaz
O cartaz de Ganhar a Vida, da autoria da agência francesa AddressDesign, consiste numa imagem em alto contraste do rosto de Cidália (Rita Blanco), com um grão muito intenso sob fundo cor-de-laranja.
Além da expressão da própria personagem, que chora, o tratamento da imagem reforça a hostilidade que ela encontra junto da sua família e da comunidade de emigrantes portugueses na sua luta por justiça, assim como a austeridade da sua vida em Paris, onde o trabalho e as lides domésticas absorvem toda a sua vida.
A escolha do cor-de-laranja é também uma referência a algumas cenas do filme – nomeadamente no interior da carrinha, a caminho do trabalho, e durante o baile-convívio dos emigrantes, em que o rosto de Cidália surge precisamente neste alto contraste entre a luz alaranjada e as sombras negras. Além disso, toda a fotografia do filme é pautada por uma estética muito ‘crua’ e tonalmente contrastante, que se reflete neste cartaz.
Do ponto de vista da tipografia optou-se por uma fonte não-serifada, que terá sido condensada para a composição do lettering do título do filme; o bloco de créditos surge alinhado à marquem esquerda e pelo louro da seleção para o Festival de Cannes (secção Un Certain Regard), colocado no topo do cartaz. A cor, escala e disposição destes elementos conferem-lhes uma boa legibilidade, resultando num cartaz visualmente impactante e intimamente ligado ao filme.