Cartaz utilizado para a estreia comercial em Portugal.
Cartaz alternativo. Fonte: website d' O Som e a Fúria.
Edição Especial em DVD.
Aquele Querido Mês de Agosto (2008)
No coração de Portugal, serrano, o mês de Agosto multiplica os populares e as actividades. Regressam à terra, lançam foguetes, controlam fogos, cantam karaoke, atiram-se da ponte, caçam javalis, bebem cerveja, fazem filhos.
Se o realizador e a equipa do filme tivessem ido directamente ao assunto, resistindo aos bailaricos, reduzir-se-ia a sinopse: «Aquele Querido Mês de Agosto acompanha as relações sentimentais entre pai, filha e o primo desta, músicos numa banda de baile». Amor e música, portanto.
realizador
Miguel Gomes
designer
Atelier Gráficos à Lapa
assinado
não
dimensões
70 cm X 100 cm
actores no cartaz
Sónia Bandeira
n.º de entrada
011
sobre o cartaz
Do ponto de vista da imagética, o cartaz deste filme resulta da junção de três momentos/fotogramas. Na metade superior do cartaz vê-se o contorno de um rosto feminino sobre o qual se encontram sobrepostos diversos planetas do sistema solar. Este rosto pertence à protagonista, Tânia (Sónia Bandeira), e provém de um close-up feito durante uma das suas atuações como vocalista grupo musical Estrelas do Alva – atuação cujo grande plano pode ser visto na metade inferior do cartaz, onde se observa a banda num palco/coreto iluminado. No fotograma original, o rosto era iluminado por luzes de tonalidades rosa e avermelhada.
Os planetas provêm de um candeeiro ou painel iluminado que Tânia tem no seu quarto, e que faz algumas aparições durante o filme, particularmente numa cena-chave, já perto do fim, em que ela e o pai (Joaquim Carvalho) parecem fazer as pazes depois de um desentendimento, antes de Tânia o afastar de si de forma algo abrupta.
Neste sentido, se a metade inferior do cartaz parece aludir mais à vertente documental do filme, de périplo pelas festas populares, não oferendo quaisquer dúvidas face ao que está representado, a metade superior é mais introspetiva e misteriosa, representando um espaço sideral que na verdade simboliza um espaço emocional que é o de Tânia. O cartaz evoca um sonho, um enigma sobre a realidade, a ficção e o espaço existente entre ambas… que é no fundo a matéria-prima deste filme.